MALVACEAE

Callianthe sellowiana (Klotzsch) Donnel

Como citar:

Patricia da Rosa; Raquel Negrão. 2017. Callianthe sellowiana (MALVACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

4.326,86 Km2

AOO:

40,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Segundo Takeuchi (BFG, 2015), a espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo apenas no estado do Rio de Janeiro.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Raquel Negrão
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

A espécie é um arbusto ereto terrestre que apresenta distribuição ampla e fragmentada no estado do Rio de Janeiro e está associada à fitofisionomia de Floresta Ombrófila Densa (BFG, 2015). O histórico de coleta indica sua presença nos municípios de Itatiaia, Magé e Rio de Janeiro, sendo encontrada no Parque Nacional de Itatiaia, Parque Estadual da Pedra Branca e Parque Nacional da Tijuca (EOO=3786 km² e AOO=32 km²). As principais ameaças à espécie são a intensa fragmentação da vegetação no estado, causada pela expansão de núcleos urbanos, o turismo, a poluição e o aumento da frequência de fogo nas Unidades de Conservação onde a espécie ocorre (Freire et al., 2009; Fernandez, 2009; Soares, 2008; Marcos e Matos, 2003; Fernandes et al., 1999), além da ameaça histórica de exploração do carvão vegetal na região do Parque Estadual da Pedra Branca (Santos et al., 2006). Infere-se o declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade de hábitat. Sugere-se a prospecção de novas subpopulações e incentivos à educação ambiental.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 6
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita originalmente na obra Systematic Botany 37(3): 720. 2012. (25 Jun 2012).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Arbusto ereto terrestre, ocorrendo no estrado arbustivo de Florestas Ombrófilas Densas associadas a Mata Atlântica (Bovini, 2010; BFG, 2015).
Referências:
  1. Bovini, M. 2010. Malvaceae s. str. na Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 61(2): 259 - 301
  2. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411.5

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past regional high
"Entre as décadas de 1930 e 1950 o Maciço da Pedra Branca serviu para a exploração do carvão vegetal, destinado ao abastecimento energético da cidade." (Santos et al. 2006).
Referências:
  1. Santos, F.V., Solórzano, A., Guedes-Bruni, R.R., Oliveira, R.R. de, 2006. Composição do estrato arbóreo de um paleo-território de carvoeiros no Maciço da Pedra Branca, RJ. Pesqui. BOTÂNICA 181–192.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Housing & urban areas
O Parque Estadual da Pedra Branca encontra-se influenciado por diversas atividades decorrentes da sua proximidade com os grandes centros urbanos, industriais e rurais, que vêm comprometendo a preservação do maciço (Freire et al., 2009; Fernandez, 2009).
Referências:
  1. Fernandez, A., 2009. A construção social do Parque Estadual da Pedra Branca: de Castelo das Águas ao Parque de Carbono., in: Mendes, C.P. do A., Bandeira, F.C. da S. (Eds.), I Encontro Científico Do Parque Estadual Da Pedra Branca - Ciência Para Gestão Ou Gestão Para a Ciência? Instituto Estadual do Ambiente - INEA, Rio de Janeiro, pp. 12–16.
  2. Freire, J.M., Oliveira, R.R. de, Rosendo, E., Braga, J.M.A., 2009. Árvores do Parque Estadual da Pedra Branca: florística e estrutura, in: Mendes, C.P. do A., Bandeira, F.C. da S. (Eds.), I Encontro Científico Do Parque Estadual Da Pedra Branca - Ciência Para Gestão Ou Gestão Para a Ciência? Instituto Estadual do Ambiente - INEA, Rio de Janeiro, pp. 44–46.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 9.5 Air-borne pollutants present,future regional high
A vertente norte da Floresta da Tijuca sofre impactos de poluição e chuvas ácidas (Marcos e Matos, 2003).
Referências:
  1. Marcos, C.S., Matos, D.M.S., 2003. Estrutura de populações de palmiteiro (Euterpe edulis Mart.) em áreas com diferentes graus de impactação na Floresta da Tijuca, RJ. Floresta e Ambient. 10, 27–37.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas locality,habitat,occupancy,mature individuals past,present,future local high
A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalam-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al. 1999).
Referências:
  1. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências - UFRJ 22, 45–59.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past,present local high
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca apresenta informações de ocorrência de incêndios no interior e arredores da unidade (Soares, 2008).
Referências:
  1. Soares, R.C.R. de S., 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat present,future local high
O turismo é uma atividade muito intensa em toda a área do Parque Nacional da Tijuca (Soares, 2008).
Referências:
  1. Soares, R.C.R. de S., 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat,occupancy present,future local medium
O turismo no Parque Nacional do Itatiaia é uma atividade intensa e muitas vezes, descontrolada, geradora de uma série de impactos ambientais como apontado no estudo de Barros (2003), como a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo.
Referências:
  1. Barros, M.I.A. De. 2003. Caracterização da visitação, dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Piracicaba, SP. 121p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie apresenta ocorrência no Parque Estadual da Pedra Branca (C.Baez; T. Lima; D. Maurenza; F. Silva, 609), Parque Nacional da Tijuca (Sucre, D., 8237; Riedel, L., 1341) e no Parque Nacional do Itatiaia (Braga, J.M.A., 3396; L. Freitas, 898).